Tradução deste blog

domingo, 13 de novembro de 2011

A CEIA DO SENHOR E AS SUBJETIVIDADES.

Todos os atos litúrgicos, que não estejam na bíblia como matéria fechada e que, portanto, dependem do entendimento dos oficiantes, com reflexos entre os participantes da mesa,  acabam gerando subjetividades tais como:
1)      Porque não posso tomar um cálice maior do vinho e comer um pedaço maior do pão, mesmo sabendo que o ato se reveste de simbolismo.
2)      Porque não posso tomar todos os dias.
3)      Porque não posso pedir ao pastor que vá a minha casa,  pois,  eu reuni um grupo de irmãos e gostaria de cear com eles?
4)      Porque a Bíblia fala de vinho e me servem o suco de uva?
5)      Porque devo tomar em um cálice pequeno, individual,  quando Jesus, conforme Mt. 26:27 indica gramaticalmente que foi usado um único cálice, vejamos:  “E tomando o cálice e dando graças, deu-lho...”  dizendo: “Bebei dele todos”. exceto Lucas (22:17) que diz: "Reparti-o entre vós"
6)      Porque devo ou não esperar até que todos estejam munidos da sua parte e assim, ingerir coletivamente em um só momento?

O problema maior é que por conta dessas subjetividades, o povo se divide desnecessariamente.  Cada um defendendo a sua forma de participar, como a mais correta.  Para isso, vale aquela máxima de: “Procurando pelo em casca de ovo”. E é o que muitos cristãos fazem.  Por vezes, alguns vestem a roupa do farisaísmo quando consideram tudo isto, o ponto da salvação. Erram duas vezes; primeiro por forçar entendimento adequado a sua vontade e segundo por julgar o servo alheio. Isto, ninguém considera pecado.
Não pretendo contempla-los com um estudo bíblico, levantando questões históricas acerca do assunto, discutir raízes gramaticais, o pensamento dos reformadores, doutrina da consubstanciação ou transubstanciação, o objetivo é apenas tirar o excesso de palha do celeiro para torna-lo habitável, sem discussões malucas que não levam a nada, conforme Paulo ensinou a  Timóteo, que este, deveria afastar-se das contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, considerando grande ganho, a piedade com contentamento (ITim 6:5-6).
CÁLICE COLETIVO OU INDIVIDUAL? Comecei como Diácono, sem nunca ter sido eleito formalmente para tal função e durante alguns anos, servi a igreja do Senhor, passando o guardanapo na boca do copo. Apesar de considerarem anti-higiênico, nunca soube que alguém tivesse sofrido qualquer contaminação, não obstante, eu, por conta própria, deixava por último, aquele que, apresentasse problemas, respiratórios, gripes, bronco pneumonia, sem discutir se isso era ou não uma questão de preconceito diante de alguém com saúde debilitada – conhecia todos os membros da igreja – achava estar de certa forma, protegendo os demais. Veio o advento do cálice individual e esta preocupação acabou. No tocante a fé, esta não se altera pelas razões que explicarei mais a frente.
QUANTIDADE E FREQUÊNCIA – Ao escrever a Igreja de Corintios, o Apóstolo deixa transparecer que a coisa ali era desordenada sob todos os aspectos (ICo 11:23-34), não havia entendimento do valor da Ceia nem do seu profundo significado. A Ceia tomou forma nas palavras de Jesus quando disse: Aquele que não comer a minha carne e não beber o meu sangue, não tem vida em si mesmos e isto, para mim, deve ser entendido de duas maneiras: 1) Como parte do corpo de Cristo, comemos e bebemos da sua carne e do seu sangue.  2) A Ceia materializa  esta afirmação quando o próprio Senhor diz: “Tomai e comei, isto é o meu corpo”. Em seguida, tomando o cálice e dando graças, deu-lho dizendo: “Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento” Jo. 26:26-28. Quando uso o termo "Materializa esta afirmação" quero dizer apenas que a ceia evidencia o corpo e o sangue de Cristo. Concluímos dizendo que o pão e o vinho, são elementos que representam o corpo e o sangue do Senhor, não havendo necessidade de comer uma bengala inteira (pão comprido),  ou beber um copo inteiro, pois o Apóstolo disse a igreja: “Quem tem fome, coma em casa” ICo.11-34. A palavra mais bem aplicada para o momento da Ceia do Senhor é: MEMORIAL.
COM ÁLCOOL OU SEM ÁLCOOL – Não sou um enólogo, nem enófilo e tão pouco um sommelier. Não sou especialista, nem degustador nem conhecedor do produto. O pouco que sei é que o suco de uva é naturalmente produto da videira e tem alguma fermentação para sua própria conservação. Como a Ceia do Senhor, não tem o objetivo de satisfazer os que gostam de se embriagar, fiquemos com o suco de uva.
INGERIR COLETIVAMENTE OU NA MEDIDA EM QUE RECEBA OS ELEMENTOS – Particularmente, acho elegante quando todos aguardam para ingeri-lo, já paguei “micos” em igrejas que aguardam, porém, não queiram transformar isto numa questão doutrinária relevante e fazer como alguns fazem; dogmatizar esta prática. Pura questão de administrar a ordem do culto em função da sua população.
A CEIA SALVA? – Posso afirmar que não, mas, também posso afirmar com base bíblica que recusa-la qualquer que seja o motivo, é sinal que algo não vai bem com a saúde espiritual do irmão como também, tomar a ceia indignamente, com a vida em pecado.
 O QUE DEVO FAZER COM AS SOBRAS – Esta sempre foi uma questão pinicante entre nós, há meus tempos de jovem! Quando o pastor me dizia sempre,  após a Ceia, “Cuidado irmão, dilua o vinho na água e o pão também” temiam que algo pudesse acontecer com o material da ceia, ficando aqui evidente a espiritualização dos elementos ou superstição com base nas doutrinas da consubstanciação ou transubstanciação, ambas sem valor bíblico doutrinário. Não se deve usar os elementos da ceia para fazer de conta e realizar uma “CEINHA” para que as crianças se sintam participantes do momento. Se banalizarmos o ato,  elas mesmas não compreenderão nem darão o devido valor, quando crescerem. O fim que darão aos elementos da ceia, após sua realização, não são relevantes, pois, já não estão mais a serviço do altar, portanto, faça-se o que se faz com os pães do café da manhã.
BATISMO E CEIA OU CEIA SEM BATISMO? – Tanto a Ceia quanto o Batismo, são ordenações constituídas pelo próprio Senhor Jesus, portanto, o batismo é a única porta de entrada para comunhão entre os santos e logicamente as crianças, batizam-se na idade do entendimento, podendo com isto, compartilhar com os santos, de momento tão sublime.
 FINAL - A Ceia do Senhor, é uma ordenança e não um sacramento, sendo dispensável chama-la de "SANTA CEIA", todavia, não vejo motivo para críticas, se alguém avisa o seu irmão: Na próxima semana, teremos santa ceia na igreja. Alguém já perdeu a língua por isso ou corrompeu a doutrina. Nem eu.

3 comentários:

  1. Como sempre muito bem analisada e explicada, essas questões sobre a ceia,,o senhor abordou pontos subjetivos o qual muitas igrejas se questionam e se perdem nessas questões, porem de forma objetiva do que realmente é importante.
    Eu louvo a Deus porque compartilho dos mesmo pensamento.
    Deus abençoe o meu amigo Pastor Genivaldo

    ResponderExcluir
  2. Muito bom e equilibrado, pr. Genivaldo! Parabéns.

    ResponderExcluir
  3. "O fim que darão aos elementos da ceia, após sua realização, não são relevantes, pois, já não estão mais a serviço do altar, portanto, faça-se o que se faz com os pães do café da manhã".
    Este seria o melhor coments para aquele link meu, pois alguns acham que a ceia santa.

    ResponderExcluir

Seguidores