Antes de falar sobre os costumes na Assembléia de Deus, preciso desenvolver um pouco mais a sua história do ponto de vista de um observador que deseja ver o fortalecimento da nossa igreja (utopia?) em todo território nacional com o mais absoluto respeito entre ministérios. Porque Deus escolheu Belém do Pará?. Nem de longe, pretendo ferir os sentimentos dos paraenses para o que segue: 1) Deus é excelente em estratégia; confiar o evangelho aos homens, implicaria na melhor escolha de tempo e lugar. 2) Certa feita, a convite do saudoso Pastor Delfino Brunelli participamos de uma reunião de obreiros no Ipiranga, aniversário do Pastor Alfredo Reikdal também de saudosa memória. Nessa oportunidade, o Pastor Delfino disse aos presentes que Deus tinha escolhido o norte porque os nortistas, tinham rodinhas nos pés. 3) Graciliano Ramos em sua maior obra "Vidas Secas" descreveu o nordestino como um forte. Por conta da crise de 30 e principalmente da seca responsável pela fome em muitas regiões, fez do nordestino um retirante, descendo para o sul do pais como um rio caudaloso. A partir da década de 50, as industrias e a construção civil principalmente de São Paulo, mandavam buscar os nordestinos para atender a demanda por mão de obra. Hoje sabemos o que um nordestino, cheio do Espírito Santo foi capaz de realizar em sua tragetória na busca pela sobrevivência. Graciliano Ramos tinha razão, a dureza da terra transformara o nordestino num valente. O chão duro e seco fez deles, testemunhas fieis para falar do amor de Cristo. Lembro-me que jocosamente, aqui no sul, todos eram chamados de baianos. Saindo dessa sequência de fatos, volto a dizer que sem querer ferir os sentimentos dos meus irmãos paraenses, Deus não escolheu Belém para ser a "mãe das Assembléias de Deus" e sim, para dar inicio a maior obra pentecostal do mundo. Temos muitos paraenses em nossas igrejas aqui em São Paulo e são pessoas brilhantes. Como ouço, manifesto o meu receio que para o gosto de um povo simples e maravilhoso, venham transformar Belém do Pará, na "Meca" das Assembléias de Deus a que todos tenham que visita-la pelo menos uma vez na vida e criando sobre ela, uma áura de exclusividade, considerando o tom, dado pelas suas lideranças. O crescimento das Assembléias de Deus no Brasil, se deveu a bravura de pastores cujos nomes não estão nas publicações da CPAD, porque na verdade precisariamos de centenas de livros abordando o nascimento da Assembléia de Deus que se deu em diversos momentos e lugares de maneira isolada, sofrida, perseguida, sem dinheiro como vemos hoje, sem tecnologia, sem escolas teologicas e o conforto dos bonitos templos. Falo de São Paulo, porque vivo aqui desde 1954 e alguns anos no Rio de Janeiro na primeira infância. Nos púlpitos das igrejas, principalmente do sudeste, estavam os Severinos, os Franciscos e os Pedros. Bastava olhar e com facilidade identificar um pastor nordestino; um dos nordestinos de Graciliano Ramos. Daí pra frente, esses pastores enfrentaram um forte choque cultural se comparados com a educação patriarcal e quase espartana, dadas as famílias nordestinas. Como causa, a tônica das pregações se concentravam principalmente nas mulheres, com relação as vaidades, namoros e a busca pelos entretenimentos considerados ruins para a conduta cristã. Porém, não se diga que não haviam maravilhosos ensinamentos da palavra de Deus e principalmente nas escolas bíblicas, com pastores cujos olhares estavam únicamente no crescimento do Reino de Deus, sem qualquer outro interesse ou vantagens. Confesso-me saudoso. Não gosto de ver pastores modernos criticando este ou aquele ministério conservador, quero lembra-los que a cobrança será individual, de cada pastor, não vejo ministérios e pastores tão perfeitos que se permitam criticar outros. Para fechar este bloco, os pastores de hoje, foram ontem aquelas crianças que os pais em nome da pureza pregada, tiveram suas bolas e bonecas rasgadas, quando tudo era pecado, eles odeiam lembrar desse tempo. Desejo que a paz de Cristo encha os vossos corações de paz.
Texto corrigido e atualizado em 11/10/2010 às 18:20.
ResponderExcluirA nossa igreja estará completando cem anos nos próximos meses, com sustentabilidade, o que é um diferencial, hoje galgamos de gigantescos templos espalhados por todo Brasil e uma gente que soma os seus milhões só a nível nacional, inclusive Norte e Nordeste, graças ao desempenho de obreiros que lutaram a vida toda com gamação sem medida em benefício da Obra de Deus.
ResponderExcluirPr Genivaldo, Pr. José Wellington, Pr Veiga, Pr Valdir Bícego, etc,etc. fazem parte da construção do centenário de nossa igreja.
Caro Pr. Genivaldo, a paz do Senhor!
ResponderExcluirParabéns querido amigo pela riqueza de texto que nos presenteou. Mas, falar de nordestino na ótica de Graciliano Ramos e ainda em "Vidas Secas", é covardia...
Que Deus continue iluminando e fertilizando sua mente, já adubada com o saber, e concedendo Graça para escrever pérolas como esta.
Abraço.
No Amor de Cristo!
Caro Pastor Guedes.
ResponderExcluirSaudações.
Concordo com voce, citar G.Ramos realmente é abusar. Considero "Vidas Secas" um legado, gosto como o nordestino é mostrado ao mundo razão pela qual, espero que o próximo governo, aos poucos substitua as bolsas distribuidas e invista no potencial daquele povo e fiscalize para que as rapinas não façam como nos tempos da SUDENE, apenas para mudar um pouco o rumo da prosa.