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domingo, 29 de dezembro de 2013

O DÍZIMO E A SALVAÇÃO.


O DÍZIMO E A SALVAÇÃO.

Não entendo como podem dizer que o dízimo é um assunto polêmico somente porque maus ensinadores,  interesseiros e mercantilistas, resolveram associa-lo a diversas questões que servem como meio de pressão e medo para que ninguém se furte dessa contribuição.
Há livros, abordando o dízimo como tema e como não quero publicar um tratado sobre este tão importante assunto, procurarei  delinear sem gastar tantas folhas de papel e tinta com apontamentos históricos e teológicos,  para falar de um assunto que vem de dentro da bíblia e começado pelo próprio Deus.

ASPECTO INSTITUCIONAL DO DÍZIMO.
O dízimo sempre teve o caráter de “manutenção” da vida sacerdotal e a primeira informação bíblica que temos está narrada no Livro de Gênesis  (14:20), tempo em que Abrão junto com seus criados, fizeram guerra  contra os reis confederados que atacaram Sodoma e levaram seu sobrinho Ló entre os cativos. Abrão volta da guerra com seu sobrinho e um grande despojo; encontra-se com o rei de Sodoma e com Melquisedeque, sacerdote e rei de Salém.  Para o rei de Sodoma Abrão dá o que lhe fora tirado na guerra e para o rei de Salém, Melquisedeque, dá o dízimo de tudo. Essa dação foi tão significativa quanto a figura enigmática de Melquisedeque. O autor da carta aos Hebreus, que atribuo a Paulo com muita tranquilidade, considerou que seria importante revelar algo mais sobre Melquisedeque bem como à dadivosa entrega do dízimo, sem tecer comentários sobre essa contribuição para aprova-la ou reprova-la.

“Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis e o abençoou; a quem também Abraão deu o dízimo de tudo e primeiramente é,  por interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é, rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre...” Hb 7:1-3 e mais:
E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive...” Hb. 7:8. (grifo meu).

Li o texto acima em diversas outras traduções e prefiro esta. Considerando que o autor já não estava mais no tempo da Lei, considero que “homens que morrem” não concentra sua força de expressão apenas sobre os sacerdotes levitas.
Mesmo com o advento da monarquia, Israel nunca deixou de ser um estado teocrático, a escolha da monarquia foi deles e não de Deus. Deus havia-os prevenido da obrigação da pagar seus impostos para manter a casa real, todavia, não os tinha liberado de pagar os seus dízimos.

A Cesar o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus – Como ninguém pode servir a dois senhores, o raciocínio é por demais simples na cabeça de alguns: “Se deixo de pagar os impostos, o governo executa minha dívida, então, deixo de pagar a Deus que não vai me cobrar publicamente...”

A última e mais vigorosa bronca pela falta de lealdade do povo com o sacerdócio, encontramos no livro de Malaquias. Os judeus já estavam de volta à sua terra há uns 100 anos, certamente, já esquecidinhos do cativeiro e os sacrifícios já não eram oferecidos com a mesma qualidade. Por Isaias, Deus já tinha reclamado esse comportamento! Os sacerdotes tinham se tornados degenerados e relaxados. Por essas e outras razões, o povo deixara de dar o dízimo; pensaram certamente que TODOS estavam corrompidos e, portanto, dízimo já não era uma palavra de ordem na vida familiar. Muitos hoje, encolhem as mãos por conta dos degenerados.
A expressão “roubar a Deus” com relação aos dízimos, era muito própria, pois, o dízimo era uma ordenança legal, (Lv 27:30 – São do Senhor...)  estava na lei e deveria ser observada sem reservas. Ml. 3:7-11 Mandamentos, ameaças e promessas.

Nas igrejas que pastoreei por graça e bondade de Deus, nunca li o texto de Malaquias para exigir o dízimo dos irmãos e quem era dizimista, nunca deixou de ser dizimista.
O DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO

É bem verdade que não temos no novo testamento qualquer disciplina sobre cobrança do dízimo e a bem da verdade, não temos qualquer disciplina acerca de qualquer tipo de arrecadação, exceto, que Paulo pedia à igreja que coletassem antes da sua chegada  por razões que ele certamente conhecia, ICo 16:1-4, estabelecendo o primeiro dia da semana para essa prática, considerando que os pobres não podiam ficar sem assistência.

Se não temos disciplina para arrecadação do dízimo, também não temos qualquer referência condenando-o:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém fazer estas coisas e não omitir aquelas.”, (grifo meu).

Não era o caso de Jesus doutrinar acerca do dízimo (Hb.6:1) nem do apóstolo Paulo, por razões de fácil compreensão; a igreja estava no seu nascedouro, em organização e tudo o que fizeram, foi atender os pobres que sempre fizeram parte da igreja.

Jesus tinha meios de suprir o seu ministério – “... e Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes e Suzana e muitas outras que o serviram com suas fazendas” Lc. 8:2-3.

Interessante notar que os homens reclamam mais de entregar o dízimo que as mulheres. As que reclamam, geralmente sofreram algum tipo de influência para esse comportamento.

O DÍZIMO, A SALVAÇÃO E AS BÊNÇÃOS.
O dízimo é uma referência numérica de contribuição equivalendo a 10% dos rendimentos. Muitos, ao longo dos anos me perguntavam se era sobre o bruto ou sobre o líquido recebido e muitos empresários me perguntavam, como pagar o dízimo da sua empresa.

Na antiga aliança, o dízimo era da produção agrícola ou do pastoreio, hoje, só temos como contribuir em moeda corrente, com raríssimas exceções.

Como não há regras, o pastor não deve ter “olho gordo” sobre os rendimentos do fiel, portanto, o dízimo deve ser daquilo que está disponível para uso, ou seja, do valor líquido da folha de pagamento e se tiver devolução de imposto retido, pode contribuir daí também, nada impedindo que o fiel dê sobre o valor do salário nominal e até mais, como disse, o “dízimo é uma referência” se o fiel tem dificuldades em contribuir com o dízimo, 10%, dê segundo propôs no seu coração e isto não deve ser motivo para que o pastor o considere leviano. Só não pode querer enganar; menos de 10%? Ponha na salva como oferta e fique em paz; você será tão abençoado quanto o que dá um milhão. Não faça como alguns fazem;  dão o dízimo para que o pastor veja a força da sua contribuição e perceba o quanto merecem ser honrados. Os que dão o dízimo querendo beneficiar-se na igreja com cargos e posições, já recebem o galardão aqui mesmo. Recebamos o nosso quando chegarmos lá.
No caso de empresários, o dízimo pode e deve ser praticado sobre o resultado a ser distribuido conforme estatui o instrumento contratual, excluindo-se o que fica como reserva técnica e financeira da empresa, salvo se o empresário entender que todo o resultado líquido e disponível pela sua participação seja a base.

É um ato de grande indignidade, divulgar lista de dizimistas na igreja além de se constituir em crime de constrangimento ilegal à quem se sinta ofendido.

O dízimo não tem qualquer relação com a salvação, curas, milagres, bênçãos e maldições, exceto na cabeça daqueles que querem manipular os sentimentos do povo.

O dízimo tem uma importância muito grande no sentido de aferir se o fiel é realmente fiel ou um avarento de primeira mão e aqui sim, pesa, pois, a avareza é considerada idolatria sendo pecado capital com muitas advertências na bíblia; portanto, dizer que não concorda com o dízimo apenas porque não se ajeita com essa contribuição, não convence à Deus.

Muitos questionam o dízimo, por que muitas igrejas, não dão a destinação que se faz necessária. Muitos obreiros amargam a fome e o desprezo, muitos pobres deixam de ser assistidos e muitas igrejas veem seu prédio se desgastando por falta de manutenção entre outras questões como a fidelidade na administração do tesouro.

Fui privilegiado em ter ouvido muitos pastores ainda da primeira geração da igreja e não me lembro de que, qualquer deles, tenha dado ao dízimo um sentido místico ou espiritualista como muitos o fazem e nem por isso, o nosso povo deixou de contribuir com seus dízimos.

Tenho publicado o dízimo do irmão Virgílio Omito e o dízimo da irmã Mariazinha no meu blog, para mostrar o exemplo de fidelidade nas pequenas contribuições e o valor que lhes são devidos.

Contribuamos com alegria, a obra é de Deus.

Ovelha dá lã e leite quando bem alimentadas.

12 comentários:

  1. A questão é , Abraão deu dízimo uma única vez que é citada na bíblia , se nas outras vezes ele não deu , ele foi para o inferno ? O que é mais importante dízimo ou salvação? Deus nessecita de dinheiro haja vista ele é o rei o criador dono do ouro e Dá prata , só procuro informações não obrigado

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  2. Renato José, um abraço meu irmão.
    Uma única vez por que o dízimo não foi o principal propósito em Gênesis, senão, um gesto de Abraão para nos fazer compreender que o dízimo é parte do serviço cristão.
    No novo testamento e para igrejas sérias, o dízimo é mera referência ao compromisso e relendo o texto, vi que ele responde a sua inquietação quando pergunta o que é mais importante; finalizando, nao se pode associar dízimo com salvação e muito menos com inferno.

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  3. Gostei muito do texto, bem esclarecedor. Parabens pastor!

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  4. O meu problema é;eu tenho o meu trabalho e dava o dizimo mais aconteceu algum que me deixou triste por que alem de da o dizimo o meu dirigente pede contribuição para reformar o temblo,e isso eu não acho certo por que o dizimo segundo a Bíblia e para esse fim.O que o Pr.mim diz?

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    1. No seu caso, não precisava se inquietar com essa questão. Caso fosse abordado para contribuir de forma extra para outra finalidade, bastava manifestar a sua negativa.

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  5. Pastor, a paz....segundo seu comentário, a não devolução do dízimo está ligado a avareza, o que segundo a Bíblia é pecado, então como isso não tem relação com salvação?

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    1. Desculpe a demora em responder. Agora que vi seu comentário.
      A recusa nem sempre está ligada a avareza. A não entrega do dízimo priva naturalmente de muitas bênçãos por ser um gesto de fé.

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    2. priva de benção onde se ja somos abençoados;Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo;no velho testamento pra ser povo de deus tinha q ser abençoado.com varios si, se anda se quadar te abençoarei.no nova testamento a promessa e salvação;E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem;[E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna 1j2,25]“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas!isto ñ esta endossando dizimo é uma critica uma censura claro.q os falsificadores do evangelho usa pra engana o povo.igreja de cristo é essa;Vòs também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdòcio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?

      1 Coríntios 6:19

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  6. Pastor boa noite, uma coisa que fico muito chateado é porque as igrejas estão adotando uma forma de saber se de fato as pessoas são dizimista ou não. na igreja que faço parte por exemplo, o pastor da um envelope onde se coloca o nome da pessoa e o valor, com certeza o tesoureiro sabe quanto dou de dizimo. acho isso errado, mais a igreja só dá cargo para um obreiro ou consagra para obra aqueles que contribui com dizimo de uma certa forma através do envelope. o sr concorda com essa pratica?

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  7. Prezado Pastor Genivaldo,
    Por gentileza, gostaria que o senhor me ajudasse a entender melhor os versículos que segue, visto que em seus comentários o sr. cita que dizimo não tem nenhuma relação com salvação. Ou eles não têm nenhuma relação um com o outro?
    “O dízimo não tem qualquer relação com a salvação, curas, milagres, bênçãos e maldições, exceto na cabeça daqueles que querem manipular os sentimentos do povo”.
    Malaquias 3:8,9: Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas.
    Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.
    1 Coríntios 6:10: Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.

    Pelo que pude entender roubar a Deus também caracteriza como ladrão, mas não sou nenhum mestre, com humildade lhe peço um esclarecimento sobre o assunto.
    Outro detalhe que pude entender sobre tudo que li sobre o assunto até hoje, é que depois que passamos a conhecer a palavra de Deus devemos pratica-la, o dizimo não se torna como um mandamento?
    Abraços!

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