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domingo, 16 de fevereiro de 2014

A ORIENTAÇÃO PENTECOSTAL E A DOUTRINA BÍBLICA

Se há quem diga que é pentecostal ostentando um certo orgulho, não me dou conta disso, assim como não me importo para tantas outras definições. 

Se digo que sou pentecostal, é a simples maneira de explicar ser esta a linha que sigo entre os evangélicos. 

Em minha juventude, vivia uma vida sem norte, até que entreguei minha vida ao Salvador em Agosto de 1966. Um ano e seis meses depois, na cidade de Caieiras tive a minha experiência com o batismo no Espírito Santo. Era Domingo, o culto acontecera em uma manhã fria, tinha a função de cantar no coral (coro) da igreja e era o que fazia quando fui envolvido pelo poder, algo como uma bola de fogo, um brilho rápido, e falei em línguas. 

Ninguém estava pregando naquele momento, portanto, ninguém orquestrava a situação. Não fiz qualquer estardalhaço, mas, as experiências, até a confirmação do fato, nunca mais saíram da minha lembrança.

E agora o que fazer com o batismo recebido? Para mim nada mudou dentro do plano salvívico.

Não confundir o batismo como a porta de entrada usada pelo Espírito de Deus no homem, que é pelo novo nascimento.

Jovem, cercado da igreja, de bons amigos, sinceros servidores de Cristo, explorei textos bíblicos o quanto podia. 

Sabia da existência da única escola teológica em Pindamonhangaba/SP. o IBAD, fundada pelo pastor João Kolenda Lemos, ficava muito longe das minhas possibilidades de frequentá-la, todavia, fui privilegiado ouvindo os grandes nomes da nossa igreja, que em nada ostentavam a não ser o prazer de servir a Cristo;  João de Oliveira, Eurico Bérgstein, Cícero Canuto de Lima, Alcebiades Pereira de Vasconcelos, Elyseu Queiróz de Souza e diversos outros pastores de todos os cantos do Brasil e do Exterior, entre eles, Lewy Petrus.

Era regra geral obedecer os pastores e a palavra de Deus. Por essas razões, afirmo que os pentecostais reconhecem a suficiência bíblica e vivem nela.

Ouvi de todos os pastores citados e dos meus, como também ensinei a duras penas, que os dons obedecem e se sujeitam aos ensinamentos da palavra de Deus. Digo duras penas porque ao longo dos anos de meu pastorado tive muito embate com pessoas desobedientes, elas queriam fazer tudo a sua maneira sob o pretexto de que ninguém podia controlar o Espírito Santo.

O Batismo no Espírito Santo outorga ao crente o revestimento de poder através dos dons espirituais, como descritos na primeira Epístola de Paulo a igreja de Coríntios. Quanto ao uso dos dons, ele exaure o assunto nos capítulos 12, 13 e 14 na mesma Epístola.

O uso dos dons é uma ferramenta afiada e poderosa para facilitar o trabalho no mundo, para crescimento do Reino de Deus. Foi pelo poder que a igreja nascida em Belém do Pará rompeu com o domínio católico no Brasil, em lugares de quase impossível acesso. Regiões onde pastores eram expulsos, vencia-se com a pregação da fé: Jesus salva, cura e batiza com o Espírito Santo.

É sabido que a manifestação pentecostal, por estar 100% no campo espiritual, torna-se objeto do desejo para quem pretenda imitar ou criar uma aura em torno do assunto para manipular e dominar pessoas ou tirar proveito financeiro.

Apenas um breve comentário de uma passagem bíblica:

"Os apóstolos que estavam na igreja em Jerusalém, ouvindo o que Deus estava fazendo em Samaria, enviaram para lá Pedro e João, os quais tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo (...) Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo" - Atos 8.14-15, 17.

E assim foi. "E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração; pois vejo que estás em fel de amargura, e em laço de iniqüidade" - Atos 8.18-23.

Simão, o mágico, vendo acontecer a manifestação do Batismo, tratou de oferecer dinheiro para que ele tivesse o poder. Pedro o exortou ao arrependimento. O que estava no coração de Simão, anda enchendo o coração de muita gente nos nossos dias.

Com as primeiras divisões da Assembleia de Deus, surgiram trabalhos de grande expressão, principalmente a protagonizada pela igreja O Brasil para Cristo, liderada pelo pastor Manoel de Melo, oriundo do meio assembleiano. Foi constatado que muitos radialistas, de tanto ouvir Manoel de Melo pregar, fundaram igrejas e esse crescimento trouxe como herança o movimento neopentecostal brasileiro.

Alguns lideres neopentecostais - "alguns" para não errar dizendo todos - não têm a menor noção do que é receber legitimamente o Batismo com Espírito Santo.

Afirmo sem qualquer vaidade que os pentecostais, que andam muito quietos, conservam os bons ensinamentos da palavra de Deus e quando um grupo surge trazendo inovações estranhas a doutrina bíblica, podemos afirmar: Não são pentecostais.

2 Tessalonicenses 3.6 "Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que andar desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebeu."

O pastor dirigente não precisa deixar de ser criativo para atrair o pecador ao culto e no culto, todavia, alterar a sua liturgia com peças teatrais, shows gospels e outras criações não próprias de quem conhece a Palavra de Deus, pode levar o povo a abraçar heresias e comprometer a própria salvação. 

O culto pentecostal tem uma regra bíblica para sua realização e seria muito bom que fosse observada. 1 Coríntios 14.26 descreve-o:  "Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação". 

Não precisamos inventar nada.

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